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Revista “Trinta anos Pós-assassinato de Chico Mendes e destruição oculta das florestas e vidas no Acre” – Por Amyra El Khalili
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Manifesto todo meu respeito e admiração ao Grupo Dossiê ACRE, em especial, ao casal Rosenilda Nunes Padilha e Lindomar Dias Padilha, que doaram suas vidas às justas causas indigenistas e a emancipação dos Povos.
Tive a oportunidade de conviver com os companheiros e as companheiras destes rincões da Amazônia em dois momentos: no Abril Indígena (2013) e no Tributo aos Povos da Amazônia (2014).
Quem sabe o que é produção autoral e originalidade nas ações afirmativas dos que lutam pelo amor (paz) combatendo a estratégia da dor (guerras) saberá perfeitamente o que está ocorrendo com a memória do mártir Chico Mendes ao tomar conhecimento dos relatos destes que estão na linha de frente neste bom combate.
Admiro os anticapitalistas, os antiglobalistas e os antisistêmicos que são efetivamente coerentes com suas posições (na prática) ao recusarem o assédio e a sedução de propostas indecentes e as infames indulgências da economia verde.
Chico Mendes representa esta “semente exemplo” se rebelando e germinando no seio da floresta Amazônica. Sua memória e legado estão sendo resgatados nesta série de documentos organizados pelos que com ele “apreenderam” o quanto custa o enfrentamento na cultura de resistência.
É uma conta a ser acertada com Deus, Pai/Mãe Providência.
“Se quiseres agarrar o deserto com a mão fechada, a areia escorrerá entre os dedos. Mas se deixares a sua mão aberta, então terás todo deserto na palma de sua mão! “
provérbio beduíno.
Sobre o Grupo Dossiê ACRE e a Revista 30 anos pós Chico Mendes
Por Lindomar Padilha
A publicação da revista TRINTA ANOS PÓS-ASSASSINATO DE CHICO MENDES E DESTRUIÇÃO OCULTA DAS FLORESTAS E VIDAS NO ACRE é mais um marco na luta em defesa da vida, da Amazônia, do ambiente inteiro e contra o processo de espoliação, roubo e saque dos territórios.
Os textos apresentados, escritos por pessoas engajadas e tecnicamente muito preparadas, modéstia às favas, são uma punhalada definitiva naquelas ONGs, governos, bancos e empresas que patrocinam toda a espoliação e violações de direitos e, assim, promovem o segundo assassinato de Chico Mendes. A história cobrará muito caro destes e destas que, em nome do lucro e do dinheiro fácil, tentaram assassinar mais uma vez Chico quando tentaram o transformar em defensor de projetos como REDD, REM, PSA…. Os que se abasteceram e abasteceram também seus cofres com dinheiro advindo deste novo assassinato, sem dúvida mancharam as notas “verdinhas” de sangue de inocentes.
Não pode haver progresso sobre cadáveres e escombros.
Nesta revista, escrevo e assino um texto que publico na íntegra aqui. Sugiro, entretanto, que leiam todos os textos e o façam tendo em conta os textos e documentos produzidos pelo Dossiê Acre e outros documentos produzidos e que compõem uma farta documentação no combate ao que chamamos de financeirização da natureza.
Não é questão de transformar ou não parte da natureza em mercadoria, mas é fazê-lo atacando e violando direitos.
Tempos sombrios como os atuais nos obrigam a olhar a história com lentes de infra-violeta para que não nos enganemos e não nos deixemos enganar. Dizemos que a situação está péssima porque já o fazíamos anteriormente. Portanto, atenção: nós ainda sabemos o que vocês fizeram.
Acesse a Revista em: https://chicomendes30.wordpress.com/publicacoes/
Leia o texto de Lindomar Padilha em:
A Sebraelização do Indigenismo na Amazônia Ocidental como estratégia para a mercantilização e a financeirização.